Educação Escolar e a Cultura Maker/Hacker – Apoio à implementação de Laboratório Maker pela Secretaria Municipal de Educação de São Bento do Sul
Na primavera de 2021, o Prosa, em parceria com a rede municipal de ensino de São Bento do Sul, promoveu uma co-formação com professores do município, a fim de contribuir com os desafios pedagógicos da instauração de laboratórios maker na rede municipal de ensino de São Bento do Sul, a partir das necessidades e demandas do Projeto Criar: EducaMaker. Nas escolas do município estavam-se iniciando projetos envolvendo oficinas com os estudantes, em quatro áreas específicas: 1) Criar Tecnologia e Robótica; 2) Criar Matemática e Programação; 3) Criar Ciências e Invenções; 4) Criar Comunicação e Mídias.
Assim, os integrantes do Prosa João Paulo, Elizandro, Eduarda e Xochilt desenvolveram a co-formação, organizada em 10 encontros, que ocorriam nas manhãs de sábado. Um desses encontros, ocorrido no dia 06 de novembro de 2021, foi uma Prosa com as professoras Mônica Asquino e Katia Monica Verdim Eggert sobre Educação Maker transmitida ao vivo no canal do YouTube do Prosa.
O planejamento dos demais encontros foi inspirado nos três momentos pedagógicos de Delizoicov (1991), uma das referências de estudo do grupo, e pode ser visto na tabela abaixo.
TÓPICO 1 – ESTUDO DA REALIDADE | |
02/10 | Mesa de Abertura
Secretaria Municipal de São Bento do Sul Apresentação do Prosa + cronograma inicial Apresentações pessoais e expectativas |
09/10 | Desafios vigentes das práticas ensino-aprendizagem
Desafios da prática vigente Mini-oficina: Moodle Groups |
16/10 | Contexto de atuação – Projeto “Criar: EducaMaker”
Identificar principais objetivos, desafios, dúvidas e aspectos para aprofundar (educação formal x não formal) |
23/10 | Construção de um plano de aprofundamento
Problematizações + discussão e encaminhamento do plano de aprofundamento, Pesquisa e planejamento (Protagonismo – cultura maker/hacker) |
TÓPICO 2 – SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO | |
30/10 | Pensar x fazer (aprender, pesquisar, conteúdos) – Cultura Maker/Hacker |
06/11 | Roda de conversa: Desafios da Gestão do espaço Maker
Desafios relacionados às Oficinas Criar Tecnologia e Robótica; Criar Matemática e Programação; Criar Ciências e Invenções; Criar Comunicação e Mídias |
13/11 | Atividade assíncrona |
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO DE AÇÕES | |
20/11 | Pesquisa e planejamento de oficinas |
27/11 | Formação para os pares sobre o Lab |
04/12 | Avaliações/Pesquisa sobre a própria prática |
As abordagens estiveram sempre voltadas ao incentivo da participação do coletivo em discussões reflexivas sobre a educação maker e o seu envolvimento com situações vigentes na escola e na comunidade, as quais foram enunciadas pelo(a)s próprio(a)s docentes. A desmotivação estudantil e demais situações que se entrelaçam a ela foi uma das pautas presentes nas discussões, porque era uma preocupação para os professores.
Quanto às situações significativas para o contexto da comunidade escolar, a poluição sonora e a infrequência escolar decorrente do desejo/necessidade do(a)s estudantes de ingressar no mercado de trabalho também foram objeto de estudo para o grupo. Essas reflexões foram necessárias para o diálogo sobre a educação maker possibilitar o trabalho a partir de situações como estas, oportunizando que os laboratórios sejam utilizados em prol da comunidade e de suas necessidades.
Também houveram momentos focados no entendimento do projeto e das oficinas que seriam oferecidas nas escolas, identificando suas potencialidades e suas possibilidades de abordagens. Sobretudo, evidenciou-se a fundamentalidade de que as práticas maker estejam além de um trabalho puramente manual e digital, mas que pode ter relação muito próxima com os contextos, bem como com conceitos científicos, e por isso, deve ser sempre pensada também em uma perspectiva teórica e reflexiva.
Em todos os encontros e participações, notou-se uma concordância entre o(a)s co-formadore(a)s quanto ao protagonismo estudantil nas oficinas maker. Assim, nesse contexto, o(a)s professore(a)s lembraram da necessidade de assumirem um papel de promotores das condições de aprendizagem, precisando desconstruir a visão de que são o(a)s detentore(a)s do conhecimento, o que ainda está enraizado em muitas das práticas docentes. Para isso, será fundamental um processo contínuo de reflexão e de desenvolvimento de novas abordagens, sobretudo quando se pensa em espaços maker.